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sexta-feira, 23 de maio de 2014

“É preciso combater o desinteresse dos estudantes”

Daniel dos Santos
Especilistas defendem a necessidade de reformas na educação e contam como a tecnologia pode ajudar nessa transformação

    Alunos com tablets e smartphones, ambientes virtuais de aprendizado, redes sociais na educação... Como adotar e utilizar de forma correta os recursos tecnológicos para motivar os alunos e revigorar a educação foi um dos temas discutidos no painel “Aprendendo em todos os lugares e em todos os momentos: como a tecnologia está mudando os papeis na escola”.

        Tendo como base a evolução do mundo, principalmente na área tecnológica, Priscila Gonsales, diretora-executiva do Instituto Educadigital, falou sobre a necessidade de mudanças nas escolas e destacou a tecnologia como um motivador. “É preciso combater o desinteresse dos estudantes”, apontou ela, que apresentou dados da Fundação Getúlio Vargas mostrando que 40% dos jovens entre 15 e 17 anos que desistem de estudar fazem isso por acreditar que a escola é desinteressante.

      Gonsales também destacou o estudo TIC Educação 2012, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, que mostra que apesar de 99% dos professores entrevistados no levantamento utilizarem a internet, apenas 29% fazem uso dessa ferramenta em projetos pedagógicos.

    Como uma forma adequada de utilizar essa ferramenta de ensino, Priscila apontou as iniciativas da chamada educação aberta, na qual o conteúdo é compartilhado e pode ser adaptado pelos usuários.

    Um bom exemplo disso é o REA, Recursos Educacionais Abertos (saiba mais em rea.net.br), materiais de ensino, aprendizado e pesquisa disponibilizados sob domínio público ou licenças abertas. “Nesse formato, cada um é produtor e receptor de conhecimento”, explicou. Em sua opinião, o conceito de que o material didático vem pronto, que não pode ser alterado, não faz mais sentido.

    Revisão de conceitosO pesquisador Cesar Nunes, da Universidade de São Paulo, também apontou no painel a importância da tecnologia como motivador dos alunos. “Ela consegue que os alunos entrem em um processo de engajamento profundo”, afirmou. “E isso é importante para aprendermos a olhar o que nos motiva”, completa. 

     Na opinião de Valdenice Cerqueira, coordenadora de tecnologia educacional do Colégio Dante Alighieri, os recursos tecnológicos são necessários, mas o professor precisa ter um olhar crítico sobre eles para não simplesmente encher a escola com esses equipamentos. 

     A especialista também destaca a necessidade de repensar alguns conceitos adotados pela escola. “Quando fui montar o projeto de mobilidade no Dante, verifiquei se havia alguma regra que determine que os alunos deve sentar um atrás do outro. E não tinha”, lembra ela. “O professor tem que recuperar a capacidade de surpreender os alunos. Sem ela, a gente começa a reproduzir rituais que nem sabemos se faz sentido. Quem disse que só podemos aprender na sala de aula, por exemplo?”, completa.

Matéria:http://educar.editorasegmento.com.br/materia/7766/%E2%80%9Ce-preciso-combater-o-desinteresse-dos-estudantes%E2%80%9D

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